segunda-feira, setembro 12, 2005

POLÍTICOS QUALIFICADOS?

A imprensa brasileira noticiou nesse mês de setembro de 2005, que apenas 26% dos brasileiros entre 15 e 64 anos dominam plenamente a leitura, ou seja, compreendem o que se encontra no texto. Durante esses tempos de crise política que vivemos, são inúmeras as demonstrações da existência de políticos incapazes de exercer as funções de representante do povo, com destaque para AQUELES QUE ASSINAM DOCUMENTOS SEM LER.

É reconhecida a necessidade de educar todo o povo brasileiro. Quanto a isso não há a menor dúvida. Mas não conseguimos sair da retórica para a prática. Na melhor das hipóteses, são criados programas com mera finalidade estatística. Entendo que antes de educar todos os brasileiros, temos que “educar” seus representantes, e a melhor forma de fazer isso é escolher os já educados. Àqueles que entenderem essa proposição como uma forma de preconceito, lembro que a prática que sugiro adotar é a mesma que utilizada para fornecer uma carteira de habilitação para um motorista. E não tenho a menor dúvida que “derrapar” com a coisa pública causa muito mais estragos do que derrapar com um automóvel.


Está consagrado que o grande fator crítico de sucesso das empresas privadas é a qualidade das pessoas que para ela trabalham, o que é reconhecido pela maioria esmagadora das empresas, que incentiva ininterruptamente o desenvolvimento de seus funcionários. Não é por acaso que os cursos de MBA constituem um dos negócios que mais cresce no Brasil. Diferentemente disso, para se exercer cargos como os de presidente da república, governadores, prefeitos, deputados federais, deputados estaduais e vereadores, não é necessário provar experiência anterior e capacitação intelectual. E essas pessoas decidem sobre bilhões de reais e sobre questões estratégicas que afetaram nossas vidas por gerações e gerações. Há algo de errado aí.

Não imagino nem defendo adotar na administração do estado todas as práticas do campo privado, mas é possível extrair-se algum benefício fazendo uma singela comparação entre esses dois mundos.

Empresas privadas:

1. Inúmeras empresas vêm aumentando seus lucros trazendo benefícios para seus acionistas;
2. Os acionistas controlam os resultados a cada 3 meses. As empresas que não conseguem lidar com a REALIDADE diante de seus olhos são eliminadas do mercado, dando lugar para outras;
3. A tendência nas empresas é de melhorar seus serviços e produtos através de simplificação nos processos, redução do tamanho, e terceirização;
4. Se o consumidor ficar insatisfeito com o produto ou serviço, pode apelar para a justiça e até mesmo mudar de fornecedor.

Estado:

1. A dívida interna é crescente;
2. O cidadão brasileiro, que é o ACIONISTA desse negócio chamado Brasil, dá carta branca aos seus representantes por longos períodos;
3. A tendência em nosso país, a se manter as práticas atuais, é de crescimento da máquina estatal, tornando-a mais ineficiente, pesada, e péssima prestadora de serviços;
4. Se o cidadão ficar insatisfeito com o que recebe nada pode fazer. Em muitas repartições estatais há avisos nas paredes com ameaça de prisão por desacato. Mudar de país é muito mais complexo que mudar de fornecedor.

Precisamos discutir a questão de direção do estado que cada vez se torna mais complexa. Precisamos encontrar uma saída.