sábado, junho 17, 2006

Nova Ética?

As práticas de crimes que estamos presenciando no executivo, no legislativo e no judiciário, nos âmbitos federal, estadual e municipal, é a consagração maior de um movimento que vem se desenvolvendo na nossa sociedade há muito tempo.

Em qualquer espaço público o desrespeito pelo próximo é fato facílimo de se observar.

Em recente pesquisa do IBOPE foi apontado que 75% dos brasileiros não anti-éticos.

O tecido social está podre e a sociedade não o reconhece. Na melhor das hipóteses identifica a existência de algum desvio de conduta no "outro". Nunca em si próprio.

Há uma nova ética? A barbárie será invitável?

quinta-feira, junho 15, 2006

Ética brasileira

Generalizar nessa matéria é no mínimo arriscado, pois não existe uma única nação brasileira. Seria mais cuidadoso falar-se da ética predominante no espaço físico brasileiro.

Pois bem. Hoje pela manhã ocorreu-me tal pensamento ao ver uma notícia no jornal onde o nosso presidente da República anuncia um investimento feito pela Petrobras no município de Itaboraí. O simples fato de a Petrobras ser uma empresa de capital controlado pela federação dá-lhe esse direito de anunciar o feito da empresa, como daria para qualquer outro presidente. Entretanto, existem desdobramentos no imaginário popular, que são danosos. A missão de um presidente da República não é essa. Não é por esse tipo de feito que ele deve ser avaliado. Para isso existe o presidente das Petrobras. Mas fica a impressão de que ele governa bem. Assim acontece com os governadores, prefeitos, deputados, senadores, vereadores etc.

Penso que existe na composição da ética brasileira uma deformação de raiz, onde não importa a propriedade intelectual por um feito. Importa quem aparece na melhor posição da cena final. Assim é no futebol. Não interessa quem elaborou a jogada do gol, interessa quem deu o último chute. Não importa como uma história foi construída, e sim como ficou seu registro para sempre. Muitos dirão: mas é assim é em todo o mundo. Aí eu pergunto: por que tantos têm a sensação de ser esse um comportamento tipicamente brasileiro? Por ficou tão conhecida a expressão "Lei de Gerson" a partir do famoso comercial da TV? Mesmo que seja um comportamento mundial não deveriamos minimizar seus efeitos danosos?

José Bové e Stédile

José Bové diz que vai candidatar-se à presidencia da República francesa. Qualquer dia será o Stédile. Ver matéria nO Globo sobre pretenção de Bové, clicando no título acima.

quarta-feira, junho 14, 2006

UMA ESPÉCIE DE MACUNAÍMA?

O Lula não deve ser considerado o lider ideal. O povo vai reelege-lo não por ser um excelente administrador, ou porque acredita no que ele diz.

Lula é um símbolo. Creio que se pudesse, o povo mante-lo-ia onde se encontra até que o país realmente mudasse. É uma espécie de lanterna ao contrário. Ilumina o passado para que alguém surja para desbravar o futuro promissor.

Tentando entender o fenômeno de popularidade imbatível chamado LULA percebo que ele é o povo brasileiro.

O Lula é a síntese desse povo mal informado e mal educado. A simbiose existe e é perfeita. É o retorno, em foma de um homem, de todas as explorações e descasos praticados contra esse povo ao longo de centenas de anos. Merecemos essa resposta.

E tem mais: acredito que o povo não vai suicidar-se votando contra si próprio.

Como sociedade plantamos e estamos colhendo.

DEVEMOS CONSIDERAR ESSA UMA PÁGINA VIRADA E BUSCAR COMPREENDER ESSE RECADO QUE A SOCIEDADE ESTÁ NOS DANDO.

sábado, junho 10, 2006

Acomodar os egos

É por essas e por outras (ver matéria abaixo) que faz-se necessário criar um sistema de administração pública que atenda a necessidade de acomodar tantos egos, pois do contrário continuaremos a gastar mais energia (tempo + dinheiro) na discussão de quem vai ter mais poder e na luta para consegui-lo, do que na efetiva solução dos problemas brasileiros

Já não é pouco o desperdício para acomodar os vencidos, acomodar os que ajudaram a vencer, propaganda para tentar convencer que se fez mais que os anteriores etc etc etc.


Aécio e Itamar montam estratégia para Minas Gerais em 2010
Valor Econômico
09/06/2006 12:14

BELO HORIZONTE - Independentemente da interpretação do Superior Tribunal Eleitoral (STE) sobre a verticalização, o tucano Aécio Neves e o pemedebista Itamar Franco pretendem estar no mesmo palanque nestas eleições. Pelo menos no que se refere à disputa estadual. A reedição da aliança informal que fizeram em 2002, mais do que recurso para garantir a vitória de ambos em 2006, parece ser uma estratégia calculada de um projeto " Minas 2010 " .

Ontem, Itamar Franco lamentou o fato de que, " por modéstia e juventude " , Aécio tenha preferido adiar uma disputa presidencial e avisou que Minas não poderá esperar além de 2010. Aécio Neves, por sua vez, pediu publicamente ao PMDB mineiro que supere " divergências pessoais e animosidades passageiras " e lance o nome de Itamar ao Senado.

A inauguração da hidrelétrica de Irapé, no Vale do Jequitinhonha, foi o palco para discursos mais que inflamados de ambas as partes. A usina, que custou R$ 1 bilhão e tem capacidade para gerar energia para 1 milhão de pessoas, é promessa de redenção para a empobrecida região do norte de Minas. A obra foi iniciada pelo então governador Itamar Franco, em 2002, e concluída pelo tucano.

" Que esta (usina) seja a alavanca da sua candidatura à Presidência " , disse Itamar a Aécio, diante de uma platéia que aplaudia e fotografava o tucano como se fosse ele um artista pop. Batizada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) como usina Presidente JK, a hidrelétrica foi pretexto ainda para comparar Aécio Neves ao ex-presidente Juscelino Kubitschek. Itamar Franco lembrou que JK não tinha o apoio dos paulistas, numa clara alusão sobre o mesmo ocorrer com Aécio. " Diziam que Juscelino não chegaria à Presidência sem São Paulo, ele tinha 12,5% das intenções e venceu a eleição. "

O neto de Tancredo Neves - que costuma sair pela tangente quando, em atos públicos, é lançado à Presidência - dessa vez não perdeu a chance de preparar o terreno. " Vamos juntos construir uma nova história para Minas e, quem sabe, um dia, para o Brasil " , disse ele ao encerrar seu discurso.

Todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até aqui indicaram boas chances de Aécio ser reeleito já no primeiro turno. As articulações estaduais apontavam para uma ampla coligação partidária, a exemplo do que ocorreu em 2002.

Antes do recuo do TSE, especulava-se que Aécio poderia perder o apoio formal de partidos como PP, PL e PTB, sem falar do PFL. Dificilmente, no entanto, a mudança nas regras afetaria a vantagem do governador na disputa pelo Palácio da Liberdade. Em seu último ano de governo, Aécio ainda mantém a aprovação perto dos 80%. A avaliação é de que os maiores cabos eleitorais do Estado - como o próprio Itamar - vão apoiar o governador, ainda que o apoio tenha de ser informal.

Para Itamar Franco, no entanto, a definição do TSE poderia ser crucial. Até a reviravolta desta semana, boa parte do diretório mineiro parecia inclinada a não lançar candidatos a governador e a vice e não apoiar oficialmente nenhum candidato. O que permitiria, em Minas, o apoio simultâneo a Aécio e a Lula.

Itamar Franco, ontem, esquivou-se das perguntas. Disse que era preciso esperar por uma definição do TSE antes de dizer qualquer coisa. Questionado sobre se manteria ou não a candidatura ao Senado, foi irônico. " Nem tem candidatura ainda. " Para sair ao Senado, Itamar tem de vencer antes a disputa interna no partido. Três outros pemedebistas estão dispostos a disputar a indicação para o Senado: o ex-governador Newton Cardoso e os ex-prefeitos Zaire Rezende e Tarcísio Delgado.

" Gostaria que o PMDB estivesse ao nosso lado com Itamar Franco candidato ao Senado, não apenas como projeto eleitoral do governador Aécio Neves, mas como projeto de reocupação do espaço político de Minas Gerais " , afirmou ontem o governador tucano. Ele admitiu, entretanto, que o atual cenário de indefinição paralisa todas as negociações.

Para Aécio, o pronunciamento do TSE foi improvisado. " Tudo que é improvisado em política, sobretudo na interpretação das leis, não é bom " , reclamou. Na expectativa de um recuo do tribunal em relação às regras da verticalização, o tucano defendeu a manutenção da convenção nacional do PSDB, que será realizada no domingo, em Belo Horizonte.

" A convenção, na verdade, homologará as candidaturas de Geraldo Alckmin à Presidência, o que certamente não sofre alterações em razão destas medidas, e também a minha candidatura à reeleição " , disse. " Vamos fazer uma grande festa, o candidato Geraldo Alckmin terá oportunidade de colocar de forma muito clara suas propostas ao país. "

(Ivana Moreira | Valor Econômico)

sexta-feira, junho 09, 2006

Das vaidades tucanas

Tucano político. Bicho estranho, ciumento e vaidoso.

Fico aqui pensando se o Alckmin durante os programas gratuitos na TV consegue reverter o jogo, ganha a eleição, e se transforma no todo poderoso do país.

Que complicação para os tucanos que estão fazendo tudo para que ele não ganhe e estão de olho em 2010.

Quem era o todo poderoso do país e do PSDB antes de FHC?

Aí FHC, O Desconhecido, chegou lá e muitos não o perdoaram por tal afronta até hoje. Foi um tal de chama-lo de vaidoso, O Principe etc.

De certa forma acontece com o Lula também - não que eu o considere isento de culpa com relação ao esquema de corrupção hoje existente.

O poder está mudando de mãos, aceleradamente. Quem viver verá.

Enredo de novela

Uma proposta de enredo de novela.

O jogo continua. O mundo não vai acabar. Os antigos “oligarcas” ainda lutam para não perder espaço, mas apenas conseguem diminuir a velocidade da mudança. Os “proletários” conseguiram mais espaço. Os “empreendedores” começam a perceber que precisam movimentar-se no jogo político, pois apenas deter o controle do capital não é suficiente. “Os-que-pensam” tiveram seu momento, fizeram algumas mudanças, e estão sem saber como participar do jogo. Mas todos continuam dependentes dos “funcionários públicos” que permanecem dentro da estrutura de poder tão desejada por todos.

terça-feira, junho 06, 2006

Liberais em 2010, quem sabe?

Pode ser que em lugar de procurar ganhar as próximas eleições presidenciais, aqueles que representam as forças liberais no Brasil devessem preparar o terreno para 2010.

Os próximos quatro anos tendem a não ser os mais promissores do ponto de vista econômico, por conta da provável menor força de expansão econômica mundial, e dos pobres resultados provenientes dos erros cometidos pelo governo.

Leberais: plantem suas idéias e planejem como chegar ao poder!

quinta-feira, junho 01, 2006

Autofagia não.

Estamos em processo de amadurecimento ideológico e político – falo da elite pensante. A crise vai se agravar, uma vez que se torna cada vez mais complexa a divisão do bolo entre todos os comensais, que aumentam em número e apetite todos os dias. Por outro lado, os que historicamente se alimentam de fatias maiores não querem diminuir seu apetite.

Como não há um mínimo de acordo em como fazer o bolo crescer, veremos alguns interessantes movimentos:

1. Aumentar a quantidade de receitas e cozinheiros;

2. Cada um dizendo que sua receita é melhor que a do outro – mesmo apropriando-se da receita alheia;

3. Os que realmente metem a mão na massa começarem a compreender que precisam sair um pouco da cozinha e aparecer mais na sala de jantar;

4. Brigas para aumentar o tamanho da própria fatia, ou pelo menos tornar claro quem come mais (por exemplo, informar o imposto pago por produto na sua embalagem);

5. Etc.

Desses movimentos é possível que surjam as medidas que levem ao pacto social, antes que a sociedade destrua-se autofagicamente.

Fusão de partidos

Há um enorme espanto disseminado por alguns dos simpatizantes do PSDB, e certamente do PT, sobre a possibilidade de acordo para 2007. O PSDB não está tão mais à direita do PT. Eles ainda irão conversar.

Lamento que ainda não haja um movimento para a formação de um forte partido liberal devidamente instrumentalizado teoricamente, para defender as idéias liberais. Nesse aspecto a social-democracia está anos luz na frente.

É fundamental que se discuta uma união entre partidos após as eleições, no sentido de se chegar a uma espécie de pacto social, em lugar de uma guerra, já preconizada por alguns. União em torno de programas, e não de negociatas de interesses pessoais. Creio ser possível que o amadurecimento chegue aos políticos. E é bom que chegue antes do total esfacelamento do país.

A questão de futuras fusões de partidos deve ser encarada com naturalidade. A quantidade hoje existente é enorme, causa enorme confusão junto ao eleitorado, e propicia o uso indevido das legendas. E entre os critérios de escolha dos parceiros certamente estarão questões ideológicas, programáticas e éticas.