quarta-feira, maio 31, 2006

Propaganda política enganosa

Se você considerar que uma peça de propaganda política enquadra-se no artigo 37, parágrafo 1, do Código do Consumidor, vale a pena tomar alguma medida, mesmo correndo o risco de argumentarem de não tratar-se de uma propaganda comercial. Vamos empunhar essa bandeira para que um dia deixemos de ser enganados por esses políticos.

Leia abaixo o artigo e o que recomenda a revista Consumidor S.A. on-line em sua edição número 40.


Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

Recomendação da revista Consumidor S.A.
E já que a veiculação de propaganda enganosa é um crime, também tem o direito de denunciar o cidadão que, mesmo sem ter sido diretamente lesado, percebe que uma determinada peça de publicidade não condiz com o que é oferecido pela empresa ou instituição. Ele pode e deve procurar o Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor) ou o Procon de sua cidade, e exigir a suspensão da publicidade para que outros não venham a ser lesados.

Simplificando para melhorar o país

Precisamos de ações simples para começar a solucionar os graves problemas brasileiros antes que o Brasil acabe pelo apodrecimento - já em estado avançado - do tecido social.

Lá vão duas sugestões:

1. Separação total entre legislativo e executivo, eliminando as conexões que possibilitam os acobertamentos das falcatruas e incompetências. Quem for legislar não executará e vice-versa. Legislador não governará, não assumirá cargo no executivo, não nomeará parente etc etc etc. Executivo não criará leis.

2. Proibição de publicidade no mesmo padrão utilizado pela livre iniciativa para divulgar seus produtos e serviços. Nos dois principais momentos necessários para comunicação com a população - antes e depois das eleições - candidatos ou ocupantes de funções públicas, utilizariam relatórios, palestras, e debates, preferencialmente ao vivo, para propor suas idéias ou para prestação de contas. Quando necessário atingir um grupo maior de pessoas seriam usados os meios de comunicação de massa sem a geração de efeitos mirabolantes.

terça-feira, maio 30, 2006

Pega Ladrão!

O clamor pela modernaização das instituições vem de inúmeros pontos da sociedade e nas mais diversas formas. A que publico a seguir é a música Pega Ladrão cujos autores são: Gabriel O Pensador, Tiago Mocotó, Aninha Lima e Liminha.



Pega Ladrão!

Gabriel Pensador

Composição: Gabriel O Pensador/Tiago Mocotó/Aninha Lima/Liminha

Pega ladrão! No governo!
Pega ladrão! No congresso!
Pega ladrão! No senado!
Pega lá na câmara dos deputados!
Pega ladrão! No palanque!
Pega ladrão! No tribunal!
É por causa desses caras que tem gente com fome, que tem gente matando, etc e tal.

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
A miséria só existe porque tem corrupção.
Pega, pega!
Pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Tira do poder!
Bota na prisão!!

E você, que é um simples mortal,
levando uma vidinha legal,
alguém já te pediu um real? Alguém já te assaltou no sinal?
Você acha que as coisas vão mal?
Ou você tá satisfeito? Você acha que isso é tudo normal?
Você acha que o país não tem jeito?
Aqui não tem terremoto, aqui não tem vulcão.
Aqui tem tempo bom, aqui tem muito chão.
Aqui tem gente boa, aqui tem gente honesta, mas no poder é que tem gente que não presta.
"Eu fui eleito e represento o povo Brasileiro.
Confie em mim que eu tomo conta do dinheiro".

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
A miséria só existe porque tem corrupção.
Pega, pega!
Pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Tira do poder!
Bota na prisão!!

Tira esses malandro do poder executivo!
Tira esses malandro do poder judiciário!
Tira esses malandro do legislativo!
Tira do poder que eu já cansei de ser otário!
Tira esses malandro do poder municipal!
Tira esses malandro do governo estadual!
Tira esses malandro do governo federal!
Tira a grana deles e aumenta o meu salário!
- Tá vendo esta mansão sensacional? Comprei com o dinheiro desviado do hospital.
- E o meu cofre, cheio de dólar? É o dinheiro que seria pra fazer mais uma escola.
- Precisa ver minha fazenda! Comprei só com o dinheiro da merenda!
- E o meu filhão? Um milhão só de mesada! E tudo com o dinheiro da criança abandonada.
- E a minha esposa? Só não me leva à falência porque eu tapo esse buraco com o rombo da previdência.
- Vossa excelência... Cê não viu meu avião! Comprei com uma verba que era pra construir prisão!
- E a superlotação?
- Problema do povão! Não temo imunidade? Pra nós não pega não.

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
A miséria só existe porque tem corrupção.
Pega, pega!
Pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Tira do poder!
Bota na prisão!!

A miséria só existe porque tem corrupção.
Desemprego só aumenta porque tem corrupção.
Violência só explode porque tem tanta miséria e desemprego.
Porque tem tanta corrupção!
"Todos que me conhecem sabem muito bem que eu não admito o enriquecimento do pobre e o empobrecimento do rico!"
E você, que nasceu nesse país.
E que sonha e que sua pra ser feliz.
Você presta atenção no que o candidato diz?
Ou cê vota em qualquer um, seu babaca?
E depois da eleição, você cobra resultado?
Ou fica aí parado, de braço cruzado?
Cê lembra em quem votou pra Deputado?
E quem você botou lá no Senado?

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
A miséria só existe porque tem corrupção.
Pega, pega!
Pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Tira do poder!
Bota na prisão!!

Pega ladrão! No governo!
Pega ladrão! No congresso!
Pega ladrão! No senado!
Pega lá na câmara dos deputados!
Pega ladrão! No palanque!
Pega ladrão! No tribunal!
É por causa desses caras que tem gente com fome, que tem gente matando, etc e tal.

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
A miséria só existe porque tem corrupção.
Pega, pega!
Pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Tira do poder!
Bota na prisão!!

E você, que é um simples mortal,
levando uma vidinha legal,
alguém já te pediu um real? Alguém já te assaltou no sinal?
Você acha que as coisas vão mal?
Ou você tá satisfeito? Você acha que isso é tudo normal?
Você acha que o país não tem jeito?
Aqui não tem terremoto, aqui não tem vulcão.
Aqui tem tempo bom, aqui tem muito chão.
Aqui tem gente boa, aqui tem gente honesta, mas no poder é que tem gente que não presta.
"Eu fui eleito e represento o povo Brasileiro.
Confie em mim que eu tomo conta do dinheiro".

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
A miséria só existe porque tem corrupção.
Pega, pega!
Pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Tira do poder!
Bota na prisão!!

Tira esses malandro do poder executivo!
Tira esses malandro do poder judiciário!
Tira esses malandro do legislativo!
Tira do poder que eu já cansei de ser otário!
Tira esses malandro do poder municipal!
Tira esses malandro do governo estadual!
Tira esses malandro do governo federal!
Tira a grana deles e aumenta o meu salário!
- Tá vendo esta mansão sensacional? Comprei com o dinheiro desviado do hospital.
- E o meu cofre, cheio de dólar? É o dinheiro que seria pra fazer mais uma escola.
- Precisa ver minha fazenda! Comprei só com o dinheiro da merenda!
- E o meu filhão? Um milhão só de mesada! E tudo com o dinheiro da criança abandonada.
- E a minha esposa? Só não me leva à falência porque eu tapo esse buraco com o rombo da previdência.
- Vossa excelência... Cê não viu meu avião! Comprei com uma verba que era pra construir prisão!
- E a superlotação?
- Problema do povão! Não temo imunidade? Pra nós não pega não.

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
A miséria só existe porque tem corrupção.
Pega, pega!
Pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Tira do poder!
Bota na prisão!!

A miséria só existe porque tem corrupção.
Desemprego só aumenta porque tem corrupção.
Violência só explode porque tem tanta miséria e desemprego.
Porque tem tanta corrupção!
"Todos que me conhecem sabem muito bem que eu não admito o enriquecimento do pobre e o empobrecimento do rico!"
E você, que nasceu nesse país.
E que sonha e que sua pra ser feliz.
Você presta atenção no que o candidato diz?
Ou cê vota em qualquer um, seu babaca?
E depois da eleição, você cobra resultado?
Ou fica aí parado, de braço cruzado?
Cê lembra em quem votou pra Deputado?
E quem você botou lá no Senado?

Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
A miséria só existe porque tem corrupção.
Pega, pega!
Pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega, ladrão!!
Pega, pega!
Pega, pega ladrão!!
Tira do poder!
Bota na prisão!!

Carta ao jornal O Globo

Sobre Opinião dO Globo – Dois paises (edição de 30-05-2006)

A crise que existe entre população e instituições se dá por contra da quebra, permanente, do contrato social que se assina por ocasião das eleições.

O povo tenta, de boa fé e talvez ingenuamente, “sanear” a vida política usando o único e ineficaz instrumento do voto, que serve apenas para legitimar as ações de bandidos que assumem cargos públicos para usar em benefício próprio o poder concedido via eleições.

Os honestos que participam da vida pública são paralisados através de poderosos instrumentos.

As poucas demonstrações de justiça e bondade funcionam como “cortina de fumaça”, como “válvula de panela de pressão”, ou como “bois de piranha” para através de sacrifício de poucos bois expropriarem a população de “boiadas” inteiras.

Eleições e administração pública são na verdade um jogo de cartas marcadas que precisa ser repensado pelos especialistas da área.

Perigos do atraso ou Dois Brasis

A coluna do Arnaldo Jabor no jornal O Globo de 30 de maio de 2006 mostra com seu inconfundível estilo, os possíveis diferentes resultados entre a aplicação de um conjunto de ações que continue modernizando o país, e outro que aprofunde seu atraso.

Evidencia-se cada vez mais, a urgente necessidade da criação de um bloco de intelectuais nacionais, que pense a sociedade brasileira contemporânea, e influencie-na no sentido de eliminar os focos de resistencia à modernização, e na implanção de ações modernizadoras.


Para acessar a coluna do Jabor clique aqui ou no título acima.

quinta-feira, maio 25, 2006

Pensando o futuro

A provável reeleição do atual presidente da República, a conseqüente manutenção de sua prática administrativa, o provável cenário de uma economia mundial menos exuberante, e os resultados negativos das políticas implantadas nesse último mandato presidencial, poderão resultar em um complicado período para se viver.


Entretanto há uma boa notícia. Será a oportunidade de a elite que comanda os destinos do Brasil obter um intenso e profundo aprendizado. Seus componentes: acadêmicos, governantes, políticos, juizes, empresários etc, terão a chance de melhor compreeder os mecanismos sociais e economicos, que têm a sua lógica própria independente dos desejos e preferências ideológicas de cada um.


Haverá a possibilidade de aprender onde mudar para modernizar o país, e afastá-lo da forma arcaica de condução das atividades públicas e privadas, que apenas aprofunda o fosso existente entre os diferentes brasis: o legal e o ilegal, o que se moderniza e o atrasado, o bem informado e o alienado, o conectado com o mundo desenvolvido e o medieval etc.


Serão quatro anos difíceis, mas de intenso e profundo aprendizado.

Ocidentalismo

Interessantíssima a entrevista das páginas amarelas da revista
Veja edição 1957 – ano 39 – nº 20, com o escritor e jornalista Ian Buruna, nascido na Holanda, co-autor do livro Ocidentalismo. Segundo o escritor, ocidentalismo é a hostilidade em relação a uma certa idéia de Ocidente, tão extremada que chega a desejar a sua destruição. O Ocidente, nesse caso, não é uma entidade geográfica, mas ideológica. Seria a conjunção de algumas coisas: a cidade metropolitana, o liberalismo político, o comércio livre.


Abaixo uma a sinopse sobre o livro, copiada do site da
Livraria Cultura


OCIDENTALISMO (em Portugues) (2006)
BURUMA, IAN / MARGALIT, AVISHAI
JORGE ZAHAR
HISTORIA
Preço = R$ 29,50
Mais Cultura = R$ 26,55


“Esta é uma obra fundamental para entender as raízes históricas do terrorismo internacional. Em alusão ao livro 'Orientalismo', escrito há mais de 25 anos pelo autor árabe-americano Edward Said, os professores Ian Buruma e Avishai Margalit analisam uma genealogia de idéias geradas e exaltadas pelos autoproclamados inimigos do Ocidente, um conjunto de estereótipos que os autores denominam 'ocidentalismo'. Engana-se, no entanto, quem acredita que tais preconceitos têm origem no mundo islâmico. Na Alemanha de Hitler ou na Rússia do século XIX, no Japão, na China ou no Oriente Médio do século XX, 'Ocidentalismo' apresenta uma corrente de valores do ódio à cultura ocidental, da Contra-Reforma na Europa aos atuais movimentos de extremistas religiosos, passando pelos nacionalismos autoritários no Ocidente e no Oriente. Ao demonstrar que a atual 'guerra santa' do radicalismo islâmico é parte da nossa própria história, os autores nos brindam com um ensaio indispensável para a compreensão do mundo que emergiu após os ataques de 11 de setembro, em que é cada vez mais freqüente a ocorrência de atentados terroristas, homens-bomba suicidas e violentos protestos.”

quarta-feira, maio 24, 2006

Choque de realidade


O momento que estamos vivendo está tirando do eixo muitos dos atores. O próprio presidente da República recentemente confessou que está mudando algumas de suas crenças a partir do contato que teve com a realidade durante esses quase quatro anos. São muitos os novos ingredientes gerando turbulência: redistribuição de poder incomodando a quem o perdeu; desconhecimento de como operar a máquina por parte dos novos pilotos que precisaram improvisar; decepção destes ao constatarem que realidade não cabia na sua visão ideológica.


É tudo muito novo para quem ganha ou perde poder. Tudo é muito novo e muito rápido. A realidade transforma-se numa velocidade jamais vivenciada. As pessoas e os métodos precisam ser reciclados. Creio que depois das mudanças pós governo federal passado - tecnológicas e estruturais dentre outras - está havendo uma intensa rearrumação das diferentes camadas sociais. Muitas vezes a opção é por ficar à margem da lei, e não raro à margem do formalismo ético. Descompromisso com o espaço público, ruas infestadas de ambulantes, pirataria, tráfico de droga, economia informal, e corrupção desenfreada, são exemplos que saltam aos olhos.


O que está acontecendo? Será reação ao excessivo apetite tributário do Estado? Será uma resposta ao abandono a que a população foi submetida pelo poder público? Parte pode ser debitada na conta das mudanças tecnológicas e processuais nas empresas ao reduzir a necessidade do uso da mão-de-obra? A impunidade serve como alavancador dos crimes contra o patrimonio público?


Essa reação está no "script" da história. Sempre que o custo fica muito alto para qualquer um dos conjuntos de atores, acontece o ajuste. A questão é que os ajustes estão se dando à margem do Estado. É um não ao Estado.


É mais que urgente modernizarmos o Estado, atualizarmos as ideologias e nossos programas de educação. Da mesma forma os cientistas sociais e filósofos brasileiros têm que se debruçar sobre a realidade e propor soluções. Ou nos atualizamos imediatamente para enfrentar as crescentes e velozes mudanças, ou a barbárie se instalará definitivamente no nosso meio.Os sinais estão cada vez mais claros, e é possível que os cidadãos mais esclarecidos se vejam diante da impossibilidade de permanecer no país. Teremos um novo fator forçando a migração: incompatibilidade cultural.

terça-feira, maio 23, 2006

OCDE - modernização das nações

Vejo como uma das melhores notícias do ano a publicada hoje no Valor Econômico. Creio firmemente que as mudanças positivas para o Brasil virão em função de maior exposição às melhores práticas das comunidades mais desenvolvidas do planeta. A melhora nas telecomunicações que viabilizou o uso intensivo da internet, e a Lei de Responsabilidade Fiscal que possibilitou uma melhor aplicação dos recursos públicos são dois ótimos exemplos.

Creio que esse tema deveria ser discutido e aprofundado pelo Congresso Nacional, visando estudar a viabilidade de agregar as diretrizes da OCDE ao conjunto de metas e práticas estabelecidas pelo próprio Congresso, protegendo evidentemente aspectos importantes como por exemplo nossos valores culturais. Antes de qualquer reação xenófoba, lembro que corporações de sucesso no mundo dos negócios estudam as melhores práticas de outras empresas, concorrentes ou não, para continuarem vivas e prosperando.

Vejo a OCDE como uma espécie de farol apontando o melhor caminho a ser trilhado para chegar-se ao desenvolvimento econômico e social. Claro que não é perfeito, mas é infinitamente superior ao que hoje trilhamos. Cito abaixo, como exemplo, o que consta no site da entidade no tópico sobre Governança Pública.

"Good, effective public governance helps to strengthen democracy and human rights, promote economic prosperity and social cohesion, reduce poverty, enhance environmental protection and the sustainable use of natural resources, and deepen confidence in government and public administration."

Veja a notícia do Valor Econômico:

OCDE espera o Brasil sem pressa
Assis Moreira
23/05/2006

A adesão do Brasil à Organização de Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), conhecida como "o clube dos ricos", depende mais da disposição do governo brasileiro do que da entidade, diz o futuro secretário-geral, o mexicano Angel Gurria, que assume no dia 1º de junho. "A velocidade (da adesão) vai depender da vontade do Brasil de mudar certas leis, para se adaptar a regulamentações dos outros países-membros", afirmou Gurria em entrevista ao Valor, ontem, na véspera da reunião de ministros dos 30 países-membros da OCDE.

"As prioridades são estabelecidas pelo país, não pela organização. Questões internas são mais importantes e podem ser consistentes com entrada rápida ou não", acrescentou. Ele acha que o Brasil tem condições de participar da OCDE, mas precisa, como o próprio México, "avançar no desenvolvimento institucional". Em todo caso, insistiu, "o Brasil é tão grande, uma das maiores economias do mundo que tem efeito sistêmico internacional. E a OCDE não pode ignorar o Brasil, Rússia, China, sejam membros ou não".

Gurria, 56 anos, ex-ministro de Finanças do México, será o primeiro secretário-geral vindo de um país não industrializado. A OCDE, fundada no auge da guerra fria, é especializada na analise econômica. Não fornece empréstimos, como o Banco Mundial. Sua influência ocorre na coordenação de políticas domésticas e internacionais.

Apóstolo da liberalização do comércio e da concorrência, a organização joga agora seu futuro. É considerada custosa e corre o risco de irrelevância, ainda mais que suas tarefas se multiplicam em outras entidades internacionais.

Nesse cenário, Gurria quer tornar a entidade uma espécie de "secretariado da globalização" e ampliar os conselhos aos países sobre governança, combate à corrupção, ajudar numa rede global de tratados fiscais para eliminar dupla imposição, entre outros temas. Isso exige atrair para o clube estrelas ascendentes da economia mundial, como China, Rússia, Índia e Brasil. Há duas semanas, os atuais 30 países-membros deram um primeiro passo para aceitar novos sócios. Mudaram o processo de decisões. Era por consenso e agora será por maioria qualificada de votos.

Mas antes de falar com os potenciais novos membros para determinar o interesse deles e começar o processo de adesão, a OCDE quer definir uma nova fórmula de contribuição ao orçamento, que atualmente é de 336 milhões de euros. A contribuição é paga pelos países de acordo com o desempenho econômico e o tamanho da população. O maior contribuinte é os Estados Unidos, com 25% do total, seguido de Japão e Alemanha. Mas pequenos países, como Eslováquia, pagam tão pouco que não cobrem nem o custo de sua participação.

A questão é quem pagará o custo de novos membros. E evitar que um país como o Brasil pague pouco demais ou pague mais do que um país do G-7, que reúne as nações mais ricas.

Cerca de 16 países sinalizaram seu desejo de entrar no clube. O mais provável é que o Chile seja convidado antes do Brasil, pela disposição do governo chileno e porque o país vem se adaptando as regulamentações da OCDE. A União Européia (UE) coloca seu peso para a entrada de seis novos membros comunitários originários do Leste Europeu. O Japão favorece alguns asiáticos, como Tailândia. E os Estados Unidos não cessam a campanha por Israel.

Como membro, um país pode influir na agenda global. Segundo Gurria, o México, que aderiu em 1993, trouxe uma perspectiva diferente, reforçando os temas sociais nas discussões. Ele acha que não há incompatibilidade entre o Brasil entrar na OCDE e ser líder do G-20, o grupo de nações em desenvolvimento na negociação agrícola na Organização Mundial do Comércio (OMC). "As grandes economias têm impactos múltiplos, tem geometria variável", afirma. "Quando o México ingressou na OCDE, decidiu sair do G-77 (grupo de nações em desenvolvimento nas Nações Unidas). Mas na OCDE ninguém pediu isso. O México não tinha necessidade de sair, Podia ter até papel mais importante, de ponte, como pode ser com o Brasil."

Para Gurria, os dez anos do México na OCDE, em todo caso, beneficiaram o país, com influência nas políticas agrícola, de aposentadoria, de trabalho, supervisão financeira, lei de falência, concorrência. O futuro secretário-geral insiste que o mais importante não é uma adesão formal, mas uma relação permanente e forte, como a OCDE tem com o Brasil, Rússia, China e Índia. Com o Brasil, a organização fez trabalhos sobre política de concorrência, reformas dos mercados financeiros e fiscais, comércio e regime de investimentos.

Para melhor compreender a importância dessa adesão visite o site da OCDE clicando no título dessa postagem.

quinta-feira, maio 18, 2006

Mudar a administração pública

É mais que urgente separar as questões de governo das de estado. É mais que urgente profissionalizar-se a administração da coisa pública, blindando-a contra os interesses de partidos políticos ou de pessoas que cheguem ao poder, que não estejam alinhados com os interesses da população, e previamente contratados entre Estado e Povo.

Engana-se quem entende que luta por mudanças ao pretender implantar qualquer ISMO: socialismo, liberalismo etc. Até mesmo os que bradam por ÉTICA no trato da coisa pública, pois cada ser humano possui a sua.

Mais ou menos intervenção do Estado não é solução. Mais ou menos força para o Mercado também não resolve. A questão é de eficácia gerencial: definição de objetivos e metas, planejamento, organização, alocação adequada de recursos, desenvolvimento e gerenciamento de pessoas etc.

O ilusionismo a que somos submetidos pelas palavras de ordem de qualquer político, serve apenas como trampolim para que ele alcance o que deseja: um cargo para manipular dinheiro e poder em benefício próprio.

O MODELO POLÍTICO BRASILEIRO ESTÁ ESGOTADO.

É NECESSÁRIO COMPREENDER ONDE ERRAMOS COMO SOCIEDADE, E URGENTEMENTE, MODIFICAR A RELAÇÃO ENTRE ESTADO E POVO, POIS O CONTRATO SOCIAL ASSINADO NAS ELEIÇÕES NÃO É RESPEITADO NUNCA.


LÓGICA ATUAL.

TIPO 1: Busca do poder.
1. Há uma encarniçada luta entre todos os políticos no Brasil visando assumir o PODER.
2. Assumir o poder significa ter à disposição bilhões de reais para administrar.
3. Assumir o poder significa ter à disposição o direito de favorecer a quem quiser.
4. Favorecer alguém significa que esse alguém reconhecerá de alguma forma: ou em dinheiro ou em mais poder.

TIPO 2: Concessão do poder.
Quem concede o poder no primeiro momento é o POVO.

TIPO 3: Fornecimento de dinheiro para administrar.
O POVO é o único fornecedor através de IMPOSTOS.

TIPO 4: Que BENEFÍCIOS são esperados e não ocorrem.
1. O POVO deveria ser o grande beneficiário dessa concessão.
2. Os benefícios são: saúde, educação, segurança, aposentadoria, e infra-estrutura econômica.

terça-feira, maio 16, 2006

Focar nosso destino e reduzir o tamanho do estado


Provavelmente teremos que continuar a conviver com as vaidades e confusões conceituais dos políticos, pois, como humanos, possuem qualidades e defeitos.


Entretanto algo deve ser feito pela parcela da sociedade que vê primordialmente a face lógica da solução dos problemas nacionais, para que se evite as contínuas perdas de oportunidade de crescimento da nossa produção e conseqüente crescimento das inúmeras mazelas que nos afligem como sociedade.


É chegada a hora – na verdade dela já passamos – de minimizarmos a influência da ótica ideológica e da corporação que vive à custa de empregos do estado. Esses empregos são financiados por quem de fato contribui para a produção do PIB, e que está perdendo o fôlego para continuar manter a si e outros, outros estes que não retornam com os serviços que deveriam prestar. Além de ter que manter todo o pessoal que não produz, precisa pagar por fora: educação, saúde, aposentadoria e segurança,


A VEJA de 17 de maio de 2006, nas páginas 104 e 105, publica uma entrevista com o britânico Ian Davis, diretor mundial da McKinsey, uma das mais respeitadas consultorias internacionais, e de onde saíram líderes empresarias que levaram suas empresas a resultados fantásticos. Na entrevista, Davis aponta caminhos para que o Brasil não perca mais uma vez a oportunidade de crescer economicamente.


Tópicos que extraí da entrevista:


1. Os níveis de investimento na China e na Índia, tanto públicos como privados, são superiores aos do Brasil, especialmente em infra-estrutura;


2. O governo brasileiro tem que poupar mais;


3. São barreiras ao nosso crescimento:
a. Não aumento de produtividade;
b. Informalidade;
c. Falta de investimento na infra-estrutura;
d. Má qualidade das legislações;
e. Má qualidade dos serviços públicos;


4. Já não se fala mais nos Bric, e sim e apenas, na Índia e na China;


5. Na Índia os empresários bem sucedidos são admirados e invejados.


Minha percepção é que estamos diante de um momento importantíssimo, onde precisamos nos definir como sociedade.

Precisamos escolher que rumo desejamos tomar: fortalecimento da economia de mercado ou alinhamento com o populismo que cresce em nosso continente. Davis em sua entrevista prevê que as próximas taxas de crescimento da China e da Índia serão entre 7% e 8% ao ano. E no Brasil? Vamos continuar brincando? Vamos continuar entregando nosso destino a amadores e usurpadores?


Pense na hora de votar.